RUA DAS ILUSÕES...JOÃODEPAULA


RUA DAS ILUSÕES.
Ninguém sabe informar quem dobrou à esquina.
De: João Batista de Paula- Escritor e Jornalista.

Na Rua das Ilusões os moradores se acham uns melhores do que os outros; Esquecem que a entrada e a saída da vida é igual para todos; Esquecem que o imprevisto não manda aviso prévio; e esquecem que àqueles que não encontram tempo para cuidar da saúde, há de achar tempo para cuidar da doença.

Na Rua das Ilusões a maioria dos moradores pensa que pode esconder o sol por muito tempo, acha que todos os vizinhos são imortais e adoram os falsos elogios.

Nossa! A casa do vizinho parece ser melhor do que a outra, onde o egoísmo impera, onde os animais de estimação não podem circular pelas demais ruas da  comunidade;  e os cães não  podem latir, inclusive, são submetidos às cirurgias nas cordas vocais  para não latirem e nem incomodarem a ninguém. Controle total!

Na Rua das Ilusões, o medo não existe. Os moradores acreditam que vivem em segurança total, esquecendo que o imprevisto não manda aviso prévio; eles adoram afirmar que ninguém precisa de ninguém, que o dinheiro compra tudo.

Os jardins das casas tem flores belas; mas, são flores que  não perfumam; tem flores com espinhos gigantes, que não encantam nem o jardineiro e nem as pessoas visitantes que passam pelo local. As aves nem parecem regozijarem de felicidade! Até os pombos querem matar, não alimentando-os, sob alegação que transmitem doenças. É como se a vida do local não fosse de luz e plenitude, abundância e de amor uns pelos outros.

A roupa suja se lava em casa; mas, faltam o amor e a doação, o ato de agradecer pelo existir e pela feliz oportunidade de poder fazer alguma coisa para retirar a mancha da roupa do outro.

É preciso união e integração para abraçar a  justiça, vivenciar a  misericórdia e a vida livre.

Pobres mortais! Esquecem de pintarem as fachadas das casas e deixarem tudo belas, porque vão despertar a gratidão das pessoas.  

A gratidão e a satisfação vogam mais do que o falso elogio e a maldade que residem na mente das pessoas como nos túmulos caiados onde germinam a calada podridão. Faltam reinar a parceria e a integração, a irmandade de Deus amor uns pelos outros.

E no bêco do fuxico?
A fofoca corre solta...

Nas Alamedas prevalecem os falsos elogios e o fingimento de ser uns melhores do que os outros, com pose e tudo. Em cada casa, a individualidade é garantida.

Ninguém agradece pelo existir do outro!
Ninguém agradece pelas boas casas!
Ninguém agradece pelos jardins!
Ninguém agradece pela paz, pela saúde e pela prosperidade...
Ninguém agradece pelos animais e pelas aves.
Ninguém se preocupa em coletar seu próprio lixo; e quando coleta põe na calçada do outro vizinho.

É uma falsa vizinhança, falsa ostentação e falsa educação.
Falsa ilusão!
Uma ilusão de que tudo é eterno, que nada se acaba e de que tudo permanece do mesmo molde na convivência.

Na Rua das Ilusões ninguém é de ninguém;  não existem as regras de boa convivência, porque os moradores se acham imortais e semideuses.

Quando acordarem para a realidade tal como ela é: vão ver que a verdade pode abrir seus olhos e suas mentes para uma rua melhor, um mundo melhor, onde as estrelas possam brilhar e a beleza de Deus ressaltarem com mais vigor e precisão nas ações vividas do dia-a-dia no cenário onde vivem.

As leis e as normas, a bondade e a cortesia, a gentileza e o ato de servir, a razão superior, o amor e o respeito, existem para que o relacionamento fraternal  de pessoas para pessoas e toda criação que existe  seja de paz, bem, prosperidade, em etapas de inicio, meio e fim.

Os moradores da  Rua das Ilusões tem que acreditarem em Deus e no amor amplo, acreditarem no progresso, na paz, na boa saúde e na prosperidade real.

Quem não tem perspectiva de vida, já morreu há muito tempo. E a mansão dos mortos nunca diz chega! Esta é uma realidade da Rua das Ilusões, que os moradores fingem não acreditar.
Viva a realidade...

Categorias:

0 comentários:

Postar um comentário